O «berço» do 901/911 - para ver e guardar

Exactamente. Parabéns 901, acertou em cheio! Trata-se realmente de um protótipo do 901. Segundo consta, é o ÚNICO PROTÓTIPO sobrevivente! Este carro foi divulgado pela revista Excellence, do mês de Novembro de 1994. A tampa do depósito é redonda em vez de ser oval, a tampa da frente apoia-se na estrutura da barra de torsão, o capôt apoia-se na bobina das molas, a ignição fica na coluna de direcção, o tecto de abrir só abre a três quartos e recolhia para a frente, só tem dois manómetros pintados à mão.
Só existiram 4 carros iguais a este.
No verão de 1963 a Porsche, AG já estava a acabar o 901 e queria-o apresentar no Salão de Frankfurt de Setembro. O problema é que o Salão de Frankfurt era bienal e a Porsche só tinha duas alternativas, que não lhe interessavam. Esperar um ano ou apresentar o carro num salão estrangeiro.
Por incrível que pareça a Porsche desde 1959 que começou a desenvolver o 901, e, como foi um carro que demorou muito tempo a ser apurado no desenho das linhas a Porsche desenvolveu 10 Protótipos. Aqui não existe acordo. Há quem defenda que eram 13 ou segundo o Hélder, 8 ou 9.
Os chassis13321, 13322, 13323, 13324, 13325 e13329 nunca foram adaptados a carros de circulação e ficaram sempre 100% experimentais e inacabados.
O chassis 13326 foi disfarçado com umas barbatanas e com um vidro traseiro dividido, foi o carro que foi fotografado em Nurburgring antes do Salão de Frankfurt. Este carro que teve cor azul e verde, foi propriedade de Ferdinand Piëch. Foi depois pintado de amarelo e vendido por Piëch. Este carro está desaparecido.
Em Novembro, Porsche lança o chassis 13327 em signal red que provavelmente foi o carro que foi levado para o Salão de Genéve de 1964. Como especial favor, a Porsche AG vendeu o 13327 a Richard von Frankenberg que era piloto de fábrica, Relações Públicas da Porsche AG e Editor da Christophorus. Quando morreu de acidente, em 1973, o carro foi vendido para Itália. Em 1984 o carro aparece na América a ser vendido, todo desfeito. Foi comprado por Don Meluzio que era um especialista em Porsches. O tipo que lho vendeu, disse-lhe que era um protótipo mas não tinha qualquer prova disso. Todos os potenciais compradores fugiram do carro porque pensavam que era uma treta.
Pelo sim, pelo não, Don Meluzio marcou uma audiência com o Butzi Porsche, fotografou o carro e arrancou para a Alemanha. Por azar, no dia em que chegou à Porsche Design para falar com o Butzi, a sua mãe (mulher de Ferry) tinha morrido à poucos dias e ele não o podia atender, por lá não estar. Foi atendido por um engenheiro alemão, que não falava inglês. Meluzio não falava alemão e a coisa não correu lá muito bem. Ele estava a mostrar as dobradiças da barra de torção á frente e eles sempre a abanarem a cabeça. “Nein, nein”. “Nein, nein” só dizia o engenheiro alemão. E depois ainda o gozou a dizer que aquele carro provavelmente tinha sido alterado por um especialista de Hot-Rods Americano. Meluzio insistiu, insistiu, e eles acederam em telefonar a um indivíduo de Zell am See, que tinha trabalhado nos protótipos em 1963. O fulano liga-lhe e diz que estava lá um americano que dizia ter um 901 em que o tecto de abrir funcionava ao contrário. Durante um silêncio o homem começou a dizer ‘Ja? Ja? Ja? Ja. Ja!’. “Afinal tem razão. Fomos nós que o fizemos”.
O carro foi restaurado e apresentado no salão de Nova York em 93 nas comemorações dos 30 anos do 911.

Este carro tinha ainda um pormenor engraçado. O porta luvas em fibra de vidro, tinha um canto cortado deixar entrar ar e tinha escrita a palavra “Meister” que significava que aquela peça estava perfeita e deveria ser produzida nos modelos seguintes.