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Mensagem por Mpcgomes 7/4/2010, 22:24

Vou contar-vos uma história, mas desta vez está relacionado com um passeio de barco, como o próprio título insinua, em pleno rio Tejo. Esta pequena aventura passou-se nos saudosos (e também pesarosos) anos oitenta, uma geração lixada!!!! em que muitos ficaram pelo caminho…

Éramos putos, talvez entre os 17 e os 20 anos, o sangue corria mais veloz nas veias e a apetência pelos disparates e aventuras era proporcional, não sei se era influência da série francesa ” Os pequenos Vagabundos”, lembram-se? eu tinha uma paixão louca pela miúda da série, a Marion-des-Neiges , mas não era só eu, esta miúda influenciou milhares de jovens portugueses e em todo o mundo, aqui está ela, a bela donzela…

CAPITÃO  NAUFRÁGIO Marion-des-neiges

mas adiante…

A rapaziada costumava juntar-se à noite no café da rua, a beber uns “licores” e a divagar , as ideias fluíam com a ajuda de algum THC libertado por aquelas plantas que se fumam e fazem rir…. , e então do nada surgiu uma ideia !!! passar um Sábado fora , mas de barco à vela, pois o Gordo tinha um.

O local escolhido era um sitio nas margens do rio Tejo , mais concretamente na Vala Real da Azambuja, em que há um grande Palácio em “decomposição”, chama-se Palácio das Obras Novas ou Palácio da Rainha Vale de Azambuja, mas um sitio bonito e calmo fora das povoações mais próximas…à noite era medonho e sinistro, com o rio logo ali ao lado a correr e todos aqueles barulhos estranhos acagaçavam o mais valente dos mortais…só mesmo à roda da fogueira, todos juntos e já com umas cargas etílicas é que conseguíamos ajudar os neurónios a evitar pensamentos mais tenebrosos…mas aquilo à noite metia mesmo medo, pois já lá tínhamos ido anteriormente mas por terra firme, vejam estas imagens de dia…



Palácio da Obras Novas … ou Palácio da Rainha Vale de Azambuja


CAPITÃO  NAUFRÁGIO PalciodasObrasNovas
CAPITÃO  NAUFRÁGIO PalciodasObrasNovas2
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Bem, passo a apresentar os cromos que tiveram a inspiração do Vasco da Gama ….vou dizer as alcunhas pelos quais a malta se conhecia e tratava, naquele tempo era só alcunhas, e até cheguei a andar à porrada por causa delas, enfim, patetices e testosterona a mais…

um dos cinco cromos era eu, mais conhecido pelo “ Solas”, alcunha do tempo de Escola, devia ser pelo facto de quando era preciso dar corda aos sapatos poucos me acompanhavam na aceleração e principalmente nas rectas, o que me deu muito jeito em algumas ocasiões menos favoráveis à integridade física quando íamos fanar laranjas ou postes de madeira às obras para fazer balizas pra jogar à bola…


…outro cromo era “O Rato”, um tipo pequenino com uns olhos de rato, tinha os olhos pequenos e pretos, daí a alcunha , em que a habilidade para conduzir o que quer que fosse a motor ou sem era nula e muito assustadora…e o maior defeito que tinha era a teimosia com a agravante de ter a mania que sabia tudo, fosse qual fosse o assunto…

…outro artista tinha o nome de Garrafão (nome de família, sabe-se lá porquê), um tipo robusto e brincalhão e por vezes muito inconsciente e imprevisível como um boi à solta numa largada qualquer em pleno Ribatejo.

…outro pseudo marinheiro era o Fininho, magro e alto e era muito amigo do Garrafão, mas também muito amigo dos líquidos que levávamos nos outros garrafões, também era um tipo que tanto faz como fez , era tudo igual ao litro, ia na corrente nem que fosse para se afogar…


…por fim, o último dos aventureiros , era o Gordo, mais tarde renomeado com o galardão de “Capitão Naufrágio”, ainda hoje gozam com ele por causa desta peripécia, mas continuamos a tratá-lo por Gordo…um tipo forte e baixo , um engenhocas de primeira ….

adiante….

Então o objectivo era sair do Cais da Póvoa de Santa Iria, podem vê-lo aqui,

CAPITÃO  NAUFRÁGIO CaisPovoadeSantaIria

….aquilo que vêem em frente é uma ilha, não é Alcochete, chama-se o Monchão da Póvoa e o objectivo era virar à esquerda e subir o rio Tejo até à Vala da Azambuja, depois abancávamos junto ao Palácio, fazíamos um churrasco, bebíamos uns copos e curtíamos a Natureza, depois regressava-se à tardinha….






E a pergunta que surgia era , mas alguém sabe velejar ? bem , eu tinha umas luzes, algumas fundidas mas o Gordo também percebia pouco de barcos, a única herança e ensinamentos que tinha recebido do avô tinha sido o velho bote baleeiro e a os vários cagaços em pleno rio Tejo , contou-me que uma vez ele e o avô (desde aí foi a última vez que meteu os pés num barco !!!!)foram pescar e foram apanhados por mau tempo, céu negro de nuvens, a chover torrencialmente e os relâmpagos caiam perto deles, na água, quando o avô , experiente marinheiro de água doce lhe disse a chorar

“ Ai João , é desta é que aqui ficamos…”,

o Gordo pôs-se de joelhos a rezar, apesar de ser ateu e não acreditar !!! , não era para menos, era o mesmo do que eu ir voar à pendura com um de vocês pilotos e a determinada altura do voo me perguntarem:

“olha lá, o que é que gostarias de ter feito se não tivéssemos acabado de perder as duas asas…? “

Também ficava traumatizado como o meu amigo Gordo, só não estava era aqui para contar a história, mas lá engatei o Gordo a fazermos a viagem , era de dia e sem tempestades e eu até levava uma bóia enorme de camião no meio do barco, etc e tal e assim foi…

O Barco era um bote baleeiro semelhante a estes que aqui estão, mas na proa (parte ft) tinha uma vela (um bocado atamancada, à bom português) e um motor de 3 cv !!!!! colocado à proa e no interior tinha dois grandes remos…

CAPITÃO  NAUFRÁGIO Baleeiro

CAPITÃO  NAUFRÁGIO Baleeiro1


Durante a semana anterior organizamos as coisas, faca de mato, chouriços e “gasolina” e decidimos partir no Sábado bem cedo que era para “aproveitar a maré…” dizia o meu amigo Gordo e responsável pela expedição…

Na sexta feira à noite reunimos no café para “acertar pormenores” (copos) e numa brincadeira com o meu amigo Rato, na porta do café, havia dois degraus, já não sei como é que a cena se passou, ele recua, e desce os degraus de costas, conclusão, torceu um pé…estava muito queixoso e eu disse-lhe aquilo que costumo dizer aos meus colegas de treino (faço Krav Maga) , “ deixa lá, isso incha, desincha e passa “, e o Rato anestesiado com tanta Amêndoa Amarga(Licor) lá se foi deitar para descansar o calcante torcido…

No Sábado da partida, fomos acordar o Rato, o pé dele parecia uma melancia, e eu disse “ deixa lá que a gente vai de barco não vamos a pé, a gente leva-te às costas até ao cais…ou então é melhor é ficares aí” mas o Rato muito teimoso disse logo “ eu também vou, vou ao pé coxinho….” e foi…levamos o Rato como pudemos, mas ele não conseguia assentar o pé no chão, aquilo estava mesmo com mau aspecto, pois em vez de ter metido gelo de imediato foi-se deitar sem o fazer e é claro , ficou com o pé parecido com aquele monstro das neves que dizem que existe, o Yeti ou Yet, uma cena assim….

Bem, chegámos ao cais a muito custo, pois o Rato atrasava a caravana, o Gordo preparou o bote , atamancou, pois o termo preparado é demasiado forte para exprimir a desorganização que havia no barco e naquela cabeça… meteu o mastro na proa, meteu uma espécie de retranca e uma suposta vela de pano “que era para economizarmos fuel”, pois o vento ainda não pagava imposto…

Empurrámos o barco do cais, e o Gordo ia ao leme como qualquer Capitão e dono da embarcação, eu ia na proa em pé para ver se não batíamos numa cena qualquer, como vos disse o objectivo era ir para a esquerda, subir o rio para Norte, mas o vento estava de Norte para Sul e para subirmos contra o vento teríamos que bolinar, este termo é navegar contra o vento, e para o fazer em qualquer barco teria de se fazer “bordos”, pois não se pode apontar a proa ao vento e esperar que o barco ande para a frente, se o fizermos anda é para trás…teríamos de fazer diagonais…


saímos do cais a direito e a muito custo, estávamos lentamente a aproximarmo-nos da margem da ilha do outro lado, íamos mesmo direitinha a ela, pois quando se faz bordos o barco tem de navegar com a proa a apontar ligeiramente para o vento, e em vez disso estávamos a ser arrastados para sul e em direcção à ilha e eu disso:

“oh Gordo, então pá, quando é que viras para a esquerda? É que vamos para a Azambuja e não para Belém” e ele diz “ não te preocupes , está tudo controlado, mais um pouco e já viro” e eu estava a ver a margem da ilha com uma extensão de lodo enorme, e nós cada vez mais perto e gritei, “ vira c*****, vira pá senão atolamos no lodo” , eu via o Gordo a virar o leme todo para a direita e todo atrapalhado e pensei,

“já estamos f***** “ ,

bem , entramos pela margem de lodo a dentro e ficamos atolados até meio da embarcação, instalou-se logo uma grande confusão , quer dizer já tínhamos o cais a Norte quando deveria estar do lado Sul !!!! bem, como bons marinheiros que éramos agarramos nos remos que eram compridos e a muito custo empurrávamos o barco para trás, a maré ajudava pois estava a encher e o barco desprendeu-se e começou a ir para o meio do rio, começamos uma grande discussão acerca dos bordos e o meu amigo Garrafão agarrou nos remos , montou-os no sitio e remava ao mesmo tempo que o Gordo tentava fazer com que o barco subisse o Tejo e não descesse, e o Rato a partir a cabeça ao pessoal, que não era assim era assado e de vez enquando lá “chiava” quando lhe batia alguma cena no pé…

bem , começamos a subir o rio na diagonal muito, muito lentamente, a fazer ziguezagues pois tínhamos de bolinar, e a muito custo alcançamos novamente o cais e devagarinho começamos a subir o Tejo, então o vento levantou-se um pouco mais e eu comecei a reparar numa antena enorme que estava em terra para me servir de ponto de referência, e estávamos novamente a descer para Sul em vez de irmos para Norte, é que quando orçava mos para virar novamente o barco contra o vento, perdíamos muito tempo a fazer a manobra e os metros que tínhamos ganho a andar na diagonal desvaneciam-se quando virávamos !!!pensei,

“ com estes cromos ainda há-de ser uma da tarde e não saímos da Póvoa !!! “ e disse ,

“ oh Gordo, deixa-te lá de merdas com essas técnicas de navegação e liga mas é o tec-tec senão ainda dormimos aqui….”

É que a tipologia do barco, sem patilhão (sem quilha), com uma vela de meter as mãos à cabeça e depois com toda a azelhice crónica inerente, era impossível que aquele bote chegasse à Azambuja somente à vela ou mesmo a remos…decidimos então arrear o pedaço de pano que imitava uma vela e lá fomos com o desgraçado do motor de prego a fundo, parecia que não saíamos do mesmo sitio, avançávamos como o caracol mas pelo menos não recuávamos e a maré ajudava….

fomos por ali a fora sempre nas calmas e a rezar para que o tec-tec não avariasse, e chegamos à tal Vala do Carregado como aqui a podem ver…

CAPITÃO  NAUFRÁGIO ValarealAzambuja


A atracamos na margem onde ficava o Palácio….

CAPITÃO  NAUFRÁGIO PalacioMargem

Aproximamos o barco das pedras pois a maré já estava a começar a vazar e a altura para a margem era cada vez maior, então saímos todos menos o Gordo, pois não quis sair do barco porque dizia que o barco batia nas pedras e se estragava !!! e se riscava !!!!! e mais não sei o quê !!! ficamos um pouco espantados, mas ele é que era o capitão e amigo não empata amigo, então éramos nós a assar febras e a desmontar uns tintos e o Gordo dentro barco afastado aí uns 10 metros da margem a comer latas de atum, era só rir, passou o tempo do piquenique a comer atum pois ninguém lhe lá ia levar népia, foi um gozo do caraças…

Acabamos o repasto, tudo bem atestado e bem regado de papo para o ar a curtir o sol e uns cigarritos que faziam rir, o nosso Capitão não se calava que estava na hora de zarpar e nós com uma moleza bestial mas felizes …mas é claro não podíamos ficar ali o resto da tarde…então começamos a acartar a tralha toda de volta para o barco, o fogareiro, os garrafões, mas o barco já estava muito baixo em relação à margem e era só calhaus e o Rato estava coxo, foi mais fácil sair do barco pois a maré estava cheia do que agora entrar nele, e eu disse para o Gordo

“ eh pá, leva o barco mais para aquele lado, pois ali não à rochas e podes encostar a proa à margem que é para a gente saltar lá para dentro”

e o Gordo assim fez, mas a altura ainda era assinalável, talvez metro e meio, e começamos a dar o material ao Gordo para arrumar, então o Garrafão saltou para o barco e o fininho também, fiquei eu e o Rato na margem e diz o Garrafão, “ oh Rato, salta daí que a gente segura-te, encolhes uma perna saltas ao pé coxinho e cais somente nessa perna que eu e o Fininho te amparamos….” e o pobre Rato acreditou que era possível saltar daquela altura e poisar no barco somente numa perna !!!!! poisar poisou, só que os artistas que lá estavam “em baixo” não o conseguiram deter, e zás, o Rato bate com o pé inchado que nem um melão com toda a força na base da proa, dava guinchos de morrer, até as lágrimas lhe saltavam, esteve bem uns 10 minutos a guinchar e a arfar até a coisa acalmar um pouco e eu disse “ deita-te de costas e mete o pé no ar, e manda aí abaixo mais um bagaço ou dois para aliviar a dor “ …mas deitar aonde naquela confusão toda ? lá teve que se amanhar da melhor maneira , meteu mais uma carga etílica e aninhou-se o melhor que podia…os outros iam quase a dormir tal era a carga que levavam…

bem , adiante, a maré estava a vazar e o barco navegava sem o motor, tal era a corrente, não sei se conhecem mas o rio não é para brincadeiras, principalmente quando estamos a falar de uma vala e a maré a puxar a toda a força a água para o mar, é assustador, eu só pensava assim, “ se um gajo cai aqui do barco, vai por aqui abaixo e só pára em Belém”, mas pelo meio deixa a pele em ramos, troncos de árvores e todos os objectos subaquáticos que o rio esconde, muito perigoso…tenho mais medo do rio do que do mar, o barco seguia a uma velocidade assinalável e eu disse

“ Oh Gordo, liga o motor para termos melhor manobra senão ainda empandeiras isto e se cairmos à água vai ser complicado” é que nem coletes tínhamos, só a bóia que estava presa no meio do barco, pelo menos esse não afundava, podia era virar…

o Gordo ligou o motor e ficamos com melhor direcção, entretanto avistei um iate, motorizado, grande , aí com uns 12 metros , em que no interior viajava um casal e uma menina, dava para ver bem , estava aí uns 30 metros à nossa frente, e a menina até vinha de fora da cabine, mas reparei que seguia por uma rota diferente da nossa e disse para o Gordo..

“Oh Gordo, segue mas é o iate pá, ele deve conhecer muito bem o rio, pois com família não arriscava andar aqui à toa, e o barco dele também deve ter sonar e vai à vontade..…” , o meu amigo sentiu-se ofendido, e começou logo a disparar para o ar,

“ mas estás a pensar que eu não conheço o rio, conheço-o como a palma das minhas mãos, vinha para aqui com o meu avô quase todos os fins-de-semana pá “

eu não acreditei naquelas bacoradas que ele dizia, e estava sempre a pensar, “ ainda nos vamos tramar, teimoso dum cabrão…”

foi certinho direitinho, a corrente era fortíssima, e eu em pé à proa gritei “ para a direita, para a direita “ qual direita qual carapuça, o barco começa a bater por baixo, o tec-tec começou a engasgar-se e aos saltos e eu pensei

“ f***-se já atolamos no meio da vala”

quando o Gordo começou a ouvir o barulho por baixo e o motor aos saltos, não sei o que é que lhe deu e começa a gritar em pânico, largou o motor e começa a tirar as botas desesperadamente, a julgar que íamos afundar, os outros acordaram sobressaltados e começamos todos a olhar para o Capitão Naufrágio com um ar aparvalhado…e eu gritei




“ oh totó para lá com a gritaria, como é que queres ir ao fundo se já não tens água debaixo do barco !!!!!”

então olhamos todos em volta , o bote tinha ficado assente numa ilha de areia branca aí com uns 50 metros de perímetro e ficámos todos a olhar para o tipo do iate que continuava nas calmas por ali a fora mais a família e eu só pensava que teria de esperar até à noite para sair dali, pois só quando a maré voltasse a encher é que conseguíamos sair dali…bem, nem foi preciso dizer nada ao Capitão Naufrágio, o Rato coitado cheio de dores barafustava e não se calava…entretanto sem nada para fazer, tínhamos levado a caçadeira do Gordo na viagem, o Gordo também tinha a mania da caça e para matar o tempo resolvemos meter uma lata de tinta vazia aí a uns 20 metros que era para fazermos tiro ao alvo, dei uns tiros e o Gordo também, depois foi a vez do Fininho e do Garrafão, só restava o Rato, mas pensei “ tem tantas dores no pé que nem vontade deve ter para atirar”…mas a teimosia do rato era maior que as próprias dores e disse,

“ dá cá isso que eu também quero atirar” e eu perguntei, “ mas tu sabes atirar ? é que nem à tropa foste por falta de altura…” mas eu também não fui mas por motivos diferentes, paguei para me safar mas também tinha e tenho uma caçadeira, mas não sou caçador, é para ter em casa no caso de lá aparecer o gang do Sócrates…

…então como o Rato não podia sair do barco, demos-lhe a caçadeira para as mãos e ele sentou-se longitudinalmente num dos bancos do barco, com uma perna de cada lado, como se tivesse a montar um cavalo, pega na arma e só pela maneira de a meter “à cara” vi logo que ia sair disparate, fugimos todos da frente do Rato e ficamos nas suas costas, vou dizer-vos uma coisa, nunca me ri tanto, quando o Rato puxa o gatilho, leva um tremendo coice, a arma salta literalmente das mãos, sobe aí a uma altura de 30 cms e cai-lhe não mãos novamente ao mesmo tempo que o rato recua no banco do barco para aí meio metro, ficou aparvalhado, com os ouvidos a zunir e é claro não acertou em lata nenhuma, mas no fim ainda se gabou que tinha sido um dos melhores tiros e que já estava à espera daquilo, foi uma risada geral….

para concluir a história, a maré subiu, lá tivemos que usar o tec-tec para levar o barco para Sul, chegamos já de noite, enregelados pois não tínhamos levado roupas para o frio, o Rato queixava-se que nem um contribuinte numa repartição de finanças pois já nem os bagaços, Amêndoas Amargas e companhia fazia efeito e no outro dia logo de manhã teve de ir para o Hospital e foi operado ao pé, pois parece que com a mocada que deu a saltar para o barco deu cabo do resto…

o único que não está cá para recordar esta história é o Garrafão, decidiu partir por iniciativa própria desta vida, o Fininho mora para os lados da Amadora, o Capitão Naufrágio mora a 100 mts de mim e o Rato mora no meu prédio, é a eles todos que dedico esta pequena aventura com saudosismo…

um abraço a todos os que tiveram paciência para ler estas frases….
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