Os " transplantes" de motores Porsche
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Os " transplantes" de motores Porsche
Os transplantes de motores Porsche
No inicio da década de 1950, tornou-se uma moda bastante difundida instalar os motores e as caixas de velocidades que equipavam os automóveis fabricados pela Porsche nos Volswagen Carocha de série.
Em virtude da constante melhoria das performances dos seus modelos, entre finais da década de 1940 e principios da seguinte, a Porsche começou a pensar dedicar-se a sério à competição. Este objectivo foi ganhando gradualmente consistência em parte porque os rancores provocados pelo último conflito mundial ainda se faziam sentir no mundo da economia e do desporto, com as consequentes atitudes desfavoráveis para com as empresas e atletas alemães. Foi exactamente por esta razão que a participação da Porsche nas 24 horas de Le Mans só aconteceu por convite expresso e graças ao interesse pessoal do jornalista Charles Farroux. Foi por isso que Ferry Porsche teve que esperar alguns anos até que os seus carros com cilindradas ainda modestas conseguissem resultaods de prestígio. Por fim, em 1956, uma equipa alemã formada por mecânicos levou um 550 à Sicília para participar num Targa Flório que foi memorável graças à vitória absoluta de Umberto Maglioli e Huschke von Hanstein contra as aguerridas equipas italianas.
Um Porsche de quatro lugares
Foi assim que a Porsche começou a consolidar-se como grande marca desportiva, ao mesmo tempo que continuava a oferecer carros apreciados em todo o mundo pela sua facilidade de condução e fiabilidade. A tentação de produzir automóveis para uso “familiar” era sem dúvida muito forte, mas um hipotético 356 de quatro portas ou mesmo de duas portas mas com quatro “autênticos “ lugares, nunca chegou a fabricar-se. No entanto houve quem tentasse preencher essa lacuna. O desenhador de carroçarias suiço Beutler, por exemplo, apresentou no Salão Automóvel de Genebra de 1957 um Porsche de quatro lugares com base no chassis do Volswagen Carocha, mas com o motor, a caixa e a suspensão do 356. Porém a produção limitou-se a uma dezena de unidades.
Motores polivalentes
Entretanto a fama da Porsche expandiu-se de tal maneira que por vezes provocou efeitos não desejados. Um dos problemas comerciais mais insólitos foi a relativa difusão de uma moda que vigorou no início da década de 1950 que consistiu na instalação do potente motor Porsche em VW Carocha de série, uma vez que que havia muitas semelhanças entre os dois carros ao nível da mecânica e do chassis. A moda destes “transplantes” surgiu devido à disponibilidade de motores Porsche, porque o fabricante , dada a robustez e a versatilidade do seu quatro cilindros boxer, aumentou a produção com o objectivo de o destinar a outras aplicações. Das 111 unidades fabricadas em 1955 em 195 passou-se às 269 de 1956, às 605 de 1957 e ao importante número de 1250 em 1959. 62% destes motores foram para exportação, um facto muito importante para uma economia “ainda pobre” e necessitada de divisas fortes, como era a alemã da época. Um dos destinos mais interessantes destes motores foi o sector aeronáutico, e decidiu-se oferecer também uma versão modificada especial para embarcações de recreio, a Typ 729, apresentada em 1959 e comercializada meses mais tarde. Infelizmente cedo se tornou evidente que num barco a refrigeraçãp a ar em vez de representar uma simplificação se tornou fonte de complicações que não afectavam os motores refrigerados por liquido. Como era preciso construir à volta do motor 729 um complexo sistema de tubagens para o ar, ao passo que os motores da concorrência se limitavam a a bombear água fresca e a descarregá-la no sistema de refrigeração, o propulsor Porsche revelou-se pouco fiável, complicado de utilizar e, portanto pouco competitivo do ponto de vista comercial.
Chega de “conversões”
Mesmo assim, os motores para automóvel e os “industriais” eram muito semelhantes, embora estes últimos apresentassem uma série de adaptações – por exemplo, não tinham motor de arranque eléctrico e o carburador era diferente do do carro. Que dificultavam a conversão. Em 1955, na tentativa de pôr termo a uma tendência incontrolável, a Porsche decidiu comunicar oficialmente às suas oficinas, através de uma carta, a proibição de efectuar tal operação. A carta num tom ameaçador, insistia que um motor Porsche só podia ser montado na fábrica, procurando assim dissuadir os que pretendiam construir um “clone” a partir de peças sobressalentes, incluindo os motores industriais. Entretanto também foi aumentada a percentagem de carros da marca Porsche enviados para o estrangeiro, que em 1959 atingiu 72% da produção. Nesse ano, a Porsche entregou a Max Hoffmann a responsabilidade pela distribuição dos seus automóveis nos Estado Unidos, ao passo que a maior parte dos mercados europeus, como por exemplo em Portugal, os carros eram distribuídos através da rede de concessionários da Volkswagen.
No inicio da década de 1950, tornou-se uma moda bastante difundida instalar os motores e as caixas de velocidades que equipavam os automóveis fabricados pela Porsche nos Volswagen Carocha de série.
Em virtude da constante melhoria das performances dos seus modelos, entre finais da década de 1940 e principios da seguinte, a Porsche começou a pensar dedicar-se a sério à competição. Este objectivo foi ganhando gradualmente consistência em parte porque os rancores provocados pelo último conflito mundial ainda se faziam sentir no mundo da economia e do desporto, com as consequentes atitudes desfavoráveis para com as empresas e atletas alemães. Foi exactamente por esta razão que a participação da Porsche nas 24 horas de Le Mans só aconteceu por convite expresso e graças ao interesse pessoal do jornalista Charles Farroux. Foi por isso que Ferry Porsche teve que esperar alguns anos até que os seus carros com cilindradas ainda modestas conseguissem resultaods de prestígio. Por fim, em 1956, uma equipa alemã formada por mecânicos levou um 550 à Sicília para participar num Targa Flório que foi memorável graças à vitória absoluta de Umberto Maglioli e Huschke von Hanstein contra as aguerridas equipas italianas.
Um Porsche de quatro lugares
Foi assim que a Porsche começou a consolidar-se como grande marca desportiva, ao mesmo tempo que continuava a oferecer carros apreciados em todo o mundo pela sua facilidade de condução e fiabilidade. A tentação de produzir automóveis para uso “familiar” era sem dúvida muito forte, mas um hipotético 356 de quatro portas ou mesmo de duas portas mas com quatro “autênticos “ lugares, nunca chegou a fabricar-se. No entanto houve quem tentasse preencher essa lacuna. O desenhador de carroçarias suiço Beutler, por exemplo, apresentou no Salão Automóvel de Genebra de 1957 um Porsche de quatro lugares com base no chassis do Volswagen Carocha, mas com o motor, a caixa e a suspensão do 356. Porém a produção limitou-se a uma dezena de unidades.
Motores polivalentes
Entretanto a fama da Porsche expandiu-se de tal maneira que por vezes provocou efeitos não desejados. Um dos problemas comerciais mais insólitos foi a relativa difusão de uma moda que vigorou no início da década de 1950 que consistiu na instalação do potente motor Porsche em VW Carocha de série, uma vez que que havia muitas semelhanças entre os dois carros ao nível da mecânica e do chassis. A moda destes “transplantes” surgiu devido à disponibilidade de motores Porsche, porque o fabricante , dada a robustez e a versatilidade do seu quatro cilindros boxer, aumentou a produção com o objectivo de o destinar a outras aplicações. Das 111 unidades fabricadas em 1955 em 195 passou-se às 269 de 1956, às 605 de 1957 e ao importante número de 1250 em 1959. 62% destes motores foram para exportação, um facto muito importante para uma economia “ainda pobre” e necessitada de divisas fortes, como era a alemã da época. Um dos destinos mais interessantes destes motores foi o sector aeronáutico, e decidiu-se oferecer também uma versão modificada especial para embarcações de recreio, a Typ 729, apresentada em 1959 e comercializada meses mais tarde. Infelizmente cedo se tornou evidente que num barco a refrigeraçãp a ar em vez de representar uma simplificação se tornou fonte de complicações que não afectavam os motores refrigerados por liquido. Como era preciso construir à volta do motor 729 um complexo sistema de tubagens para o ar, ao passo que os motores da concorrência se limitavam a a bombear água fresca e a descarregá-la no sistema de refrigeração, o propulsor Porsche revelou-se pouco fiável, complicado de utilizar e, portanto pouco competitivo do ponto de vista comercial.
Chega de “conversões”
Mesmo assim, os motores para automóvel e os “industriais” eram muito semelhantes, embora estes últimos apresentassem uma série de adaptações – por exemplo, não tinham motor de arranque eléctrico e o carburador era diferente do do carro. Que dificultavam a conversão. Em 1955, na tentativa de pôr termo a uma tendência incontrolável, a Porsche decidiu comunicar oficialmente às suas oficinas, através de uma carta, a proibição de efectuar tal operação. A carta num tom ameaçador, insistia que um motor Porsche só podia ser montado na fábrica, procurando assim dissuadir os que pretendiam construir um “clone” a partir de peças sobressalentes, incluindo os motores industriais. Entretanto também foi aumentada a percentagem de carros da marca Porsche enviados para o estrangeiro, que em 1959 atingiu 72% da produção. Nesse ano, a Porsche entregou a Max Hoffmann a responsabilidade pela distribuição dos seus automóveis nos Estado Unidos, ao passo que a maior parte dos mercados europeus, como por exemplo em Portugal, os carros eram distribuídos através da rede de concessionários da Volkswagen.
JJ- Fundador / Administrador
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Re: Os " transplantes" de motores Porsche
Ainda bem que gostaste Fiel,e pela expressão do Mr. Bean, no avatar, apesar de inglês e gostar muito do seu Mini, parece que também apreciou.
JJ- Fundador / Administrador
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Re: Os " transplantes" de motores Porsche
No Brasil, e na decada de 60, foram muito comuns, tendo, inclusive, os irmãos Fittipaldi corrido em versões Karman Ghia
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