Mercedes-Benz CLS 63 AMG / Porsche 911 Carrera 4 S PDK
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Mercedes-Benz CLS 63 AMG / Porsche 911 Carrera 4 S PDK
Mercedes-Benz CLS 63 AMG / Porsche 911 Carrera 4 S PDK
A linha coupé do CLS faz com que a cabeça do condutor vá sempre algo perto do tejadilho, mesmo com o banco na posição mais baixa
Não é por acaso que os nossos protagonistas são produtos da indústria automóvel alemã. A cultura das auto-estradas sem limite de velocidade é a grande responsável pela existência e prosperidade deste tipo de veículos, pois, por um lado, cria o estímulo tecnológico necessário ao desenvolvimento de chassis, suspensões, soluções aerodinâmicas, sistemas de travões e pneus capazes de garantir que circular a 300 km/h pode estar ao alcance de todos e, por outro lado, fornece um local onde os mesmos podem ser apreciados dentro da mais estrita legalidade e, convém lembrar, em segurança.
De facto, em grande medida, as famosas autobanh são as responsáveis pela história continuada deste confronto: o desportivo de uso diário enfrenta a berlina super-potente.
Desde o seu nascimento que o papel do desportivo de uso diário tem sido desempenhado pelas diversas gerações do Porsche 911 e, graças à caixa de dupla embraiagem PDK de sete velocidades combinada com os novos motores de injecção directa mais económicos e amigos do ambiente, ainda e sempre com seis cilindros opostos, este 997 fase II está mais apto do que nunca a mostrar que, contra muitas das leis da física, um carro com a disposição mecânica de um martelo pode continuar a ser a referência, sobretudo na versão 4S com tracção às quatro rodas, o que lhe permite colocar no chão os 385 cv mesmo em dias de chuva.
A surpresa surge do lado do adversário que, por uma vez, não é um BMW M5 mas sim o Mercedes CLS 63 AMG. Se este último tem ou não o que é necessário para destronar o M5 é uma discussão em aberto (quanto muito, pode ser o tema de outro trabalho) sobre o qual não nos vamos alongar, embora sejamos forçados a reconhecer que o V8 AMG tem uma entrega de potência e uma sonoridade muito mais impressionantes e que a caixa automática AMG Speedshift é globalmente superior à algo desarticulada DSG III do BMW, razões mais do que suficientes para lhe valerem a preferência neste trabalho.
899 cv em acção
Potência, performance e prazer de condução são os vectores deste comparativo. Do lado do CLS 63 AMG o que fica na memória é o V8. Seja a passo de caracol no meio do trânsito, seja a velocidades só legais na sua pátria de origem, seja em condução desportiva numa estrada de montanha ou, porque não num track day, a fantástica personalidade do V8 domina toda a experiência.
Os baixos regimes possuem a vitalidade típica de uma cilindrada unitária próxima dos 800 cc, nos médios regimes habita uma força imensa e acima das 5500 rpm entramos num mundo de aceleração que nem os mais de 1900 kg que pesa o CLS 63 AMG parecem conseguir acalmar – de terceira em diante o 911 fica para trás. E, como neste CLS o limitador estava colocado aos 310 km/h (que na autobanh podem ser facilmente atingidos em 7ª ainda com rotações para dar…), até o às da velocidade máxima pertence ao coupé de quatro portas.
Demonstrando a validade da cultura de velocidade germânica, a estabilidade direccional do CLS a essas velocidades é soberana. Depois, os dados da ficha técnica mostram que a AMG quis fazer do CLS o mais eficaz dos seus carros, pois não só é o que tem a via dianteira mais larga (1599 mm) como é aquele em que esta é significativamente mais larga do que a traseira. Por outro lado, a distribuição de pesos e a altura do centro de gravidade também são mais favoráveis.
Assim, não se estranha que a frente seja extremamente direccional, rápida a responder às ordens do volante e praticamente imune à subviragem. Não que esta seja um problema, pois o poder do V8, o diferencial autoblocante e a suspensão desportiva AMG (ambos fornecidos com o Pack Performance) permitem que qualquer indício de subviragem possa ser convertido em sobreviragem.
A duração e amplitude destas derivas só estão dependentes da perícia do condutor e da vontade de fazer com que os pneus traseiros durem mais ou menos quilómetros. De facto, usando a potência é mesmo possível aumentar a agilidade do CLS nas trocas de apoio, forçando os 1900 kg a dobrarem-se à vontade dos 514 cv. A única falta do CLS 63 AMG em matéria de comportamento está na assistência de direcção com algumas falhas, mas este podia ser um defeito da unidade.
Passando para o volante do Porsche, um dos grandes contrastes está, justamente, na qualidade da informação que nos chega através da direcção, embora pareça que neste particular se tenha perdido algo nesta passagem entre as duas gerações do 997 – esta está menos cristalina e mais filtrada. Mesmo assim, com as suas dimensões contidas e a excelente visibilidade, o 911 é um carro que permite andar depressa sem grande esforço. Porém, quando queremos explorar tudo o que ele tem para dar, exige conhecimento.
Na inscrição e na desaceleração em apoio a traseira roda com inesperada facilidade (muito mais do que no Carrera 2), exigindo correcções de volante e acelerador. O sistema de tracção PTM (que transfere o binário entre os eixos para controlar a subviragem e a sobreviragem) ajuda a endireitar as coisas mas convém desfazer rapidamente a contrabrecagem e antecipar o realinhamento, pois a chegada de binário ao eixo dianteiro implica que este siga para onde as rodas estão apontadas. Até pode ser mais eficaz e seguro, mas a verdade é que o Carrera 2 é significativamente mais linear e progressivo nas mudanças de atitude.
Por outro lado, a caixa PDK é mais rápida e mecânica do que a AMG Speedshift do CLS, mas a lógica pouco conseguida dos balanceiros de comando instalados no volante fazem do modo manual uma opção menos natural e apetecível do que no AMG, cujas patilhas estão onde se espera – a da esquerda reduz e a da direita sobe, simples...
Epílogo
Em suma, mais do que rivais no mercado, o CLS 63 AMG e o 911 C4S PDK podem muito bem ser rivais de garagem, sendo a escolha de um ou de outro ditada pelas necessidades do momento, com a certeza de que a viagem, seja ela qual for, vai ser uma experiência para saborear e nem sequer é necessário ir depressa… mesmo a sair da referida garagem o V8 AMG emite um borbulhar que o separa de tudo o resto, ao passo que o feedback dos comandos de um 911 pode ser apreciado a 20 km/h!
Fonte: Autohoje
A linha coupé do CLS faz com que a cabeça do condutor vá sempre algo perto do tejadilho, mesmo com o banco na posição mais baixa
Não é por acaso que os nossos protagonistas são produtos da indústria automóvel alemã. A cultura das auto-estradas sem limite de velocidade é a grande responsável pela existência e prosperidade deste tipo de veículos, pois, por um lado, cria o estímulo tecnológico necessário ao desenvolvimento de chassis, suspensões, soluções aerodinâmicas, sistemas de travões e pneus capazes de garantir que circular a 300 km/h pode estar ao alcance de todos e, por outro lado, fornece um local onde os mesmos podem ser apreciados dentro da mais estrita legalidade e, convém lembrar, em segurança.
De facto, em grande medida, as famosas autobanh são as responsáveis pela história continuada deste confronto: o desportivo de uso diário enfrenta a berlina super-potente.
Desde o seu nascimento que o papel do desportivo de uso diário tem sido desempenhado pelas diversas gerações do Porsche 911 e, graças à caixa de dupla embraiagem PDK de sete velocidades combinada com os novos motores de injecção directa mais económicos e amigos do ambiente, ainda e sempre com seis cilindros opostos, este 997 fase II está mais apto do que nunca a mostrar que, contra muitas das leis da física, um carro com a disposição mecânica de um martelo pode continuar a ser a referência, sobretudo na versão 4S com tracção às quatro rodas, o que lhe permite colocar no chão os 385 cv mesmo em dias de chuva.
A surpresa surge do lado do adversário que, por uma vez, não é um BMW M5 mas sim o Mercedes CLS 63 AMG. Se este último tem ou não o que é necessário para destronar o M5 é uma discussão em aberto (quanto muito, pode ser o tema de outro trabalho) sobre o qual não nos vamos alongar, embora sejamos forçados a reconhecer que o V8 AMG tem uma entrega de potência e uma sonoridade muito mais impressionantes e que a caixa automática AMG Speedshift é globalmente superior à algo desarticulada DSG III do BMW, razões mais do que suficientes para lhe valerem a preferência neste trabalho.
899 cv em acção
Potência, performance e prazer de condução são os vectores deste comparativo. Do lado do CLS 63 AMG o que fica na memória é o V8. Seja a passo de caracol no meio do trânsito, seja a velocidades só legais na sua pátria de origem, seja em condução desportiva numa estrada de montanha ou, porque não num track day, a fantástica personalidade do V8 domina toda a experiência.
Os baixos regimes possuem a vitalidade típica de uma cilindrada unitária próxima dos 800 cc, nos médios regimes habita uma força imensa e acima das 5500 rpm entramos num mundo de aceleração que nem os mais de 1900 kg que pesa o CLS 63 AMG parecem conseguir acalmar – de terceira em diante o 911 fica para trás. E, como neste CLS o limitador estava colocado aos 310 km/h (que na autobanh podem ser facilmente atingidos em 7ª ainda com rotações para dar…), até o às da velocidade máxima pertence ao coupé de quatro portas.
Demonstrando a validade da cultura de velocidade germânica, a estabilidade direccional do CLS a essas velocidades é soberana. Depois, os dados da ficha técnica mostram que a AMG quis fazer do CLS o mais eficaz dos seus carros, pois não só é o que tem a via dianteira mais larga (1599 mm) como é aquele em que esta é significativamente mais larga do que a traseira. Por outro lado, a distribuição de pesos e a altura do centro de gravidade também são mais favoráveis.
Assim, não se estranha que a frente seja extremamente direccional, rápida a responder às ordens do volante e praticamente imune à subviragem. Não que esta seja um problema, pois o poder do V8, o diferencial autoblocante e a suspensão desportiva AMG (ambos fornecidos com o Pack Performance) permitem que qualquer indício de subviragem possa ser convertido em sobreviragem.
A duração e amplitude destas derivas só estão dependentes da perícia do condutor e da vontade de fazer com que os pneus traseiros durem mais ou menos quilómetros. De facto, usando a potência é mesmo possível aumentar a agilidade do CLS nas trocas de apoio, forçando os 1900 kg a dobrarem-se à vontade dos 514 cv. A única falta do CLS 63 AMG em matéria de comportamento está na assistência de direcção com algumas falhas, mas este podia ser um defeito da unidade.
Passando para o volante do Porsche, um dos grandes contrastes está, justamente, na qualidade da informação que nos chega através da direcção, embora pareça que neste particular se tenha perdido algo nesta passagem entre as duas gerações do 997 – esta está menos cristalina e mais filtrada. Mesmo assim, com as suas dimensões contidas e a excelente visibilidade, o 911 é um carro que permite andar depressa sem grande esforço. Porém, quando queremos explorar tudo o que ele tem para dar, exige conhecimento.
Na inscrição e na desaceleração em apoio a traseira roda com inesperada facilidade (muito mais do que no Carrera 2), exigindo correcções de volante e acelerador. O sistema de tracção PTM (que transfere o binário entre os eixos para controlar a subviragem e a sobreviragem) ajuda a endireitar as coisas mas convém desfazer rapidamente a contrabrecagem e antecipar o realinhamento, pois a chegada de binário ao eixo dianteiro implica que este siga para onde as rodas estão apontadas. Até pode ser mais eficaz e seguro, mas a verdade é que o Carrera 2 é significativamente mais linear e progressivo nas mudanças de atitude.
Por outro lado, a caixa PDK é mais rápida e mecânica do que a AMG Speedshift do CLS, mas a lógica pouco conseguida dos balanceiros de comando instalados no volante fazem do modo manual uma opção menos natural e apetecível do que no AMG, cujas patilhas estão onde se espera – a da esquerda reduz e a da direita sobe, simples...
Epílogo
Em suma, mais do que rivais no mercado, o CLS 63 AMG e o 911 C4S PDK podem muito bem ser rivais de garagem, sendo a escolha de um ou de outro ditada pelas necessidades do momento, com a certeza de que a viagem, seja ela qual for, vai ser uma experiência para saborear e nem sequer é necessário ir depressa… mesmo a sair da referida garagem o V8 AMG emite um borbulhar que o separa de tudo o resto, ao passo que o feedback dos comandos de um 911 pode ser apreciado a 20 km/h!
Fonte: Autohoje
JJ- Fundador / Administrador
- Nº de Mensagens : 11245
Idade : 62
Localização : Portalegre
Registo : 06/07/2007
Reputação : 113
Re: Mercedes-Benz CLS 63 AMG / Porsche 911 Carrera 4 S PDK
Pois...o som do V8 é lindo mas Porsche é Porsche...
Mpcgomes- Moderador
- Nº de Mensagens : 4014
Localização : Lisboa
Registo : 17/11/2008
Reputação : 29
Re: Mercedes-Benz CLS 63 AMG / Porsche 911 Carrera 4 S PDK
Sinceramente acho que são dois carros completamente distintos...
A comparação não tem muita lógica...
Aliás, algo me diz que o jornalista deve estar para comprar um Mercedes!
19 linhas para o Mercedes, 12 para o Porsche...
A comparação não tem muita lógica...
Aliás, algo me diz que o jornalista deve estar para comprar um Mercedes!
19 linhas para o Mercedes, 12 para o Porsche...
Convidad- Convidado
Re: Mercedes-Benz CLS 63 AMG / Porsche 911 Carrera 4 S PDK
sem comparação lógica possível...
Convidad- Convidado
Re: Mercedes-Benz CLS 63 AMG / Porsche 911 Carrera 4 S PDK
Faz lembrar o recente comparativo M3 / 911 em que o M3 ganha porque tem mais mala e mais espaço interior... Oh well :)
Convidad- Convidado
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